terça-feira, 30 de março de 2010

Inferno Vermelho

29.03.10 Vermelho é Benfica
Jogo importantíssimo e decisivo, impossível de falhar, com uma anormal venda de bilhetes chegou-se a ter receio que tinha-se de entrar sem bilhete, mas num fusco lusco lá se desenrascou os papéis mágicos que nos permitiam estar lá dentro.

E debaixo da manga ainda apareceram quatro ingressos para os adeptos misteriosos e silenciosos, ao silêncio e despreocupação por parte dos interessados, ao primeiro sinal de vida (“onde nos encontramos para nos darem o bilhete?”), um tiro fulminante (“Que bilhete?!”), à leitura da sms, certamente correspondeu a uma travagem brusca em plena auto-estrada e um gaguejo contínuo.

Acalmados os batimentos cardíacos, lá seguimos directos ao almoço, com uma sacada de pão fresco proveniente da melhor padaria de Ovar (com a proporção a contar com o motorista e meia camioneta) e com os habituais panados com tamanho acima do calibre standard, decidiu-se comer no Colombo, no restaurante de comida caseira e cheia de vitaminas (Mc Menu).

Sentados estrategicamente no corredor, a vista proporcionava grandes análises técnico tácticas dos habituais monumentos que nos presenteiam, mas estávamos em maré baixa, só estava a sair barrotes, até que chegou o momento do “Tu queres é fama!” e estava lavada a vista. Mudados de posto de controlo, após os longos 15m de descarga, os 10m de sofá no piso 1 serviram para mais um controlo de tráfego pedonal, aos barrotes do sector alimentar, vieram os barrotes do sector têxtil!

Cansados das vistas, toca a rumar ao Continente comprar o resto dos condimentos que não nos acompanharam de Ovar, á passagem do gerente do espaço, uma expressão digna de uma operação militar “Está aqui uma marmelada pegada!”, qual instrução ou código secreto digno de um “Daqui cobra escuto!”. E falando em marmelada, a caixa self-service entrou em alvoroço com a menina do fama, que diga o fiel adepto de um bom par delas, que incansavelmente não desviava os olhos daquelas redondas montanhas, a lembrar as subidas a Nogueira.

E com o passar do tempo lá nos encaminhámos para o estádio para viver mais um dia intenso, estádio lotado, ambiente deveras vermelho e um jogo crucial para aumentar a esperança em fazer jus á mensagem transmitida no início do desafio “Nós só queremos Benfica Campeão”.

Atentos aos comentários oportunos do bom benfiquista, sublinha-se aquele adepto que dispensava mensalmente 100€ para a Sportv para ouvir goooollooooooo Pinto da Costa, ou um golo Benfica, mas estava fora de jogo e o árbitro tropeçou e caiu!

Início do jogo com a fumarada habitual e corações a palpitar pelo golo, oportunidade falhada aqui, lance intensamente disputado e discutido ali até que perto do intervalo o vulcão deu sinais de vida, Luisão atira lá para dentro e decide o jogo. E que tal pensar num de ja vu de 5 anos atrás?!


Com o final do jogo a festa foi imensa, estava consumada a vingança ao povo do Minho e aumentada a vantagem pontual.

E como o adepto que apoia o clube tem fome toca a desembrulhar o farnel e desencostar a barriga do costado, sempre com a camioneta na mira lá se apreciou o belo panadinho.

Com a chamada de ordem, lá se entrou para o nosso espaço, com um intruso imprevisto que nos seus mais ténues pensamentos tinha em mente uma bela dormida! À eventual contagem de carneiros deu lugar á contagem do “toda a gente com as mãos no ar c$ral#o, ninguém dorme!”, tamanhas vezes foi proferida. E muito pode agradecer a não ter levado com o “I Moche You” que repentinamente aumentou o balançar da carripana.

Sempre atentos ao balançar da carripana, qual barcaça de competição, lá se seguiu rumo ao Norte, a uma velocidade estonteante, sempre com as antecipadas travagens a 2Km do obstáculo, ao habitual peditório para o motorista, devia-se pedir para comprar uns calços para os travões ou para pagar uma limpeza ao habitáculo que albergava muitos tipos de lixo, mas que não podia conter 2 papéis com 1 centímetro quadrado de dimensão.

Chegadinhos ao destino e retomado o balançar do corpo, toca a pagar o calote, não vá na próxima viagem correr o rumor que o que fugiu para o Brasil com milhares de euros tem mais uma companhia.

E com o receio de um tiro de caçadeira nos perfurar após uma paragem cerebral de alguém que não conseguiu parar a palma da mão um bocadinho antes de interromper certamente um bom sono, lá seguimos direitos ao nosso descanso.


Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Um ano depois…

21.03.10 Faz daqui a uma semana um ano…lembras-te?!
Precisamente passados 365 dias eis que o fatal destino nos leva de volta onde quase tudo começou. Desta feita com o dobro da emoção, o triplo da adrenalina e o quádruplo da loucura…como diz a canção “toda a semana a pensar neste dia” e em perfeita sintonia com a letra lá se foi aguentando a semana e controlando a ansiedade para que chegasse o domingo, este especialmente diferente dos outros, pela viagem, pelo adversário, pelo troféu, e por toda uma semana que tardava em passar.

Á altura do desafio tinha de estar o farnel pois claro, as quatro sandochas habituais deram lugar a uma sacada delas, panadinhos, rissóis, rojões, nada faltou, ricas mães ultras!

Hora marcada e lá arrancámos nós direitos á Luz, paragem na melhor padaria de Ovar para encher uma sacada de pão, criteriosamente escolhida na proporção 6 para 4, lá fomos nós todos contentes, que fresquinho que estava o pão…aquela hora pois claro, á noite já se estava a roer bom pão rijo!

Viagem pela deserta A17 e paragem para o habitual toque de bola na paragem de serviço, qual bar do faroeste que com a chegada dos forasteiros entra em alvoroço, lá vem uma mulherzinha á porta demonstrar o seu apoio ao Benfica, e que bem que lhe calhou ser vermelha, caso contrário já estava a vidraceira a servir de baliza.

Como forma de agradecimento lá se foi visitar os sanitários, torneira com água, sabonete na saboneteira, tudo normal, até que se chegou as mãos ao secador e qual turbina com néon que arrancou quase a epiderme das mãos.

Conduzidos pelo belo som da musica 20 em diante, recordando as belas noites brigantinas lá seguimos, novamente com o engano supersticioso que nos conduzia novamente ao local de outras lutas.

Sentados no autocarro, sim porque existe quem vá de pé, lá se arrancou com a malta rumo ao Algarve. Passagem pela pista da Vasco da Gama e primeiro picanço do dia com um adversário á altura, o cavaleiro do asfalto conduzido o seu camião, seu nome “chinês”, a uns loucos oitenta e cinco quilómetros por hora lá se deliciou os amantes do street racing.

Paragem na estação permitida e toca a fazer uns bons 200m para fazer uma sande e voltar para trás!! Devia ser para ganhar fome! O da Sic até hesitou em ligar a câmara para captar tamanha façanha.

E com a bófia atrás, dá-lhe gás e toca a queimar pneu até ao Algarve, chegadinhos a Paderne e qual via verde, carreira que se preze pára na cabine! E aqui tudo começa com uma boa troca de vasilhame, nós cerca de 40 e eles cerca de 30…desproporcionado? Um bocadinho! Nós em pessoas, eles em autocarros. Efectuado pagamento especial pela batalha de Alcácer, faltava o troco, e que troco, literalmente bem apimentado pelos spotters tripeiros que fizeram questão de nos atrasar uns minutinhos, umas cacetadas no aço, umas borrachas em bala para o ar e toca a andar.

Autocarro ainda a arrefecer o radiador e toca a morfar mais um rojão e um panado à grande, o tal pão de Ovar ficava para a noite.

Entrada no estádio primeiro que os primeiros e uma revista muito gay antes da passagem pelo rafeiro, tudo limpo e lá estávamos nós a marcar o nosso lugar.

Pintado de vermelho o estádio, inclusive a menina que tinha a árdua tarefa de colocar os panfletos direitinhos na zona dos camarotes lá começou o jogo, vibrante como se esperava. Remate do Amorim e o frango que faltou no farnel estava na baliza Norte, ali estava o primeiro esbracejar de vitória. De seguida Carlos Martins dispara míssil lá para dentro e praticamente sentencia o jogo antes do intervalo. E perto do fim Cardozo encosta lá para dentro e aumenta a intensidade vermelha, até a apanha bolas que teve direito a um comentário sempre atento da bancada “tens mais silicone que as janelas lá de casa” sorriu e vibrou com o golo.

E com o levantar do caneco, lá seguimos directos ao autocarro, cansados de tanto vibrar o cansaço apoderava-se e toca a fechar ligeiramente a retina, o que vale era a minha vez de ir á janela! Mas a tortura estava a chegar, a cada pergunta periódica de minuto a minuto se estava a dormir, se estava cansado e coisas do género, soava a voz inconfundível do grande Cid, José Cid sempre com os seus hits eternos a alegrar o belo do adepto, linda como a paisagem aquela hora lá se foi aguentando a viagem.


Meia-noite ultrapassada, e lá do escuro da frente surgiu o anúncio “e agora no varão…miss Sheila” e autocarro em alvoroço…só para quem lá esteve.
Chegados á luz toca a rumar para Norte, sempre a partir da 20 lá se derreteu pneu até á Mealhada onde um fiel adepto portista ficou pelo caminho, caso perguntasse se ia para Norte, a resposta seria obviamente “não vamos para Sul, mas em contra-mão!”.
Bem de madrugada com 2/3 gotas de gasóleo no veículo lá se chegou a casa, ansiosos por ver as imagens da festa no noticiário do almoço. “eu estive lá!” no jogo? “não, em Paderne, onde tudo começou!”.


Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!

terça-feira, 2 de março de 2010

Alerta Vermelho

27.02.10 Mar ainda mais Vermelho
Invasão a Leixões naquela que se poderá intitular como uma verdadeira pescaria de golos, com o leme a ser conduzido pelo Angel Di Maria, que começou com um robalo e acabou com um peixe-agulha, tal tiro de precisão levava a bola, e pelo meio oferece uma sardinha bem saborosa.
A invasão começou logo no aprovisionamento dos bilhetes, tendo sido estabelecida a venda à unidade pelos dirigentes do Leixões. Minha senhora, quero bilhetes a metro! “Como?!”, não percebeu…quero 1,40m de bilhetes! “Como?!”, continua sem perceber, queria 15. 15? Sim cara senhora e amanhã são mais 10.
A ameaça de alerta vermelho intitulada por altas patentes fazia todo o sentido, onde joga o Benfica a ameaça de invasão vermelha é fatal como o destino…e se os ditos anteviam ventos de 160km e chuvas torrenciais, nós prevíamos golos e mais uma exibição categórica da demonstração da nossa força.
Com um Tri Maria endiabrado num terreno pesado, a goleada foi bem conseguida, com o tsunami a acontecer na segunda parte, em que a encosta era mais Vermelha que na primeira.
Um agradecimento especial à ANA, por um magnífico controlo aéreo demonstrado na noite chuvosa de sábado, cada avião cada golo, e que destino terá tido o avião do golo anulado?!



Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!