domingo, 22 de agosto de 2010

Falso Arranque II

15.08.10 Benfica 1-2 Académica
Início da liga na luz, impossível falhar a primeira jornada de um campeonato que se quer tanto ou mais espectacular que o anterior.

E a viagem começou bem cedo tal apertado era o horário cedido pela organização da excursão vinda das Caldas do Jorge!!

Á hora sincronizada, lá estava o veículo estacionado na rotunda da bola, o sítio mais indicado para a primeira escala, aguardando sob o olhar atento das autoridades lá presentes, pelo primeiro autocarro que calmamente abrandou e encostou na berma.

Bom tuga que se preze, apodera-se de imediato sobre o espaço, toca a abrir as malas laterais e meter para lá as sacas dos condimentos e as arcas com litradas de refrescos. Perante o espanto dos passageiros que logo entraram em pânico perante a pilhagem do grupo de vermelho, o motorista solta um “”ohohohoho que é isso?!”. Para espanto de todos, aquela camioneta carregada de humildes velhotes proveniente de Cinfães, tinha como destino, não o estádio da Luz, mas sim qualquer coisa como as amendoeiras em flor de Agosto ou a quinta do pão-de-ló do Ribatejo abaixo de quem vem de cima.

Refeitos de um momento bastante tenso, a informação oficial chegou de imediato, o ponto de encontro é junto á estrada principal $%#&/” toca a andar um pedaço com a tralha toda, não podiam ter avisado antes?! Questões de segurança certamente!! Pó baralho!

Já na nacional, os olhos seguiam atentos quem vinha de cima lançado sobre 2 rodas, qual volta ao bilhar grande, eles eram ás dezenas por lá fora. Refira-se que nenhum ousou mandar a boca da praxe a apupar quem ali estava já a ferver de tanto esperar pela transfega.


Á hora desmarcada lá se aproximou o dito autocarro, desta vez sem surpresas. Sentados no melhor lugar, toca a fazer carícias ao asfalto da A1 até Lisboa, autêntica velocidade de embarcação de recreio com problemas na anilha sincronizadora…o que valia era o facto do jogo ser ás 20h15 da noite, o que nos tranquilizava um pouco…por outro lado o compromisso com o Colombo poderia estar em causa, as rondas penetrantes de análise aos monumentos poderiam ser afectadas.

Com o tradicional sorteio a decorrer após a ingestão do pequeno-almoço branco fresco, os responsáveis já com sinais exteriores de boa regadela, lá deram início ao distribuir de senhas rigorosamente controladas por troca com uma moeda de 1€. Sob o olhar atento do governo civil das caldas, os prémios foram distribuídos pelos felizes contemplados.

Com duas paragens extraordinárias nas estações de serviço, nunca mais se chegava ao destino, e os nervos já queriam saltar cá para fora.

A altas horas se chegou a Lisboa, com o aviso de rapidamente se dirigirem para o autocarro após o jogo, abandonou-se o veículo e começou-se a inspirar oxigénio da nova época.

Sempre fiéis ao Colombo, o grande big big Mac mais uma vez nos confortou o estômago. Com a primeira rotina concluída, iniciou-se a habitual caminhada pelos corredores mais críticos culminando no sofá de um deles.

Consumidos os largos minutos que nos separavam do jogo, quando o ponteiro deu sinal, arrancou-se para o estádio onde se aguardou pela entrada no recinto.

Já no estádio, o início de jogo fora atípico, mesmo antes do apito inicial...para espanto de muitos sócios, a águia não realizou a habitual descida ao relvado, qual bênção dos guerreiros antes de entrarem no ringue de combate.


Os minutos iam passando e a bola não chegava com perigo á baliza desejada, até que num cruzamento a Académica inaugura o marcador que seguiu para intervalo. Segunda parte e mais combate da equipa, mais garra, mais oportunidades falhadas, e com menos um jogador adversário. Jara entra para empatar o desafio e alimentar a esperança de virar o resultado, até que bem no fim, uma chapelada monumental dá a vitória aos estudantes e gela muito benfiquista que se deslocou ao estádio.


Perante tal acontecimento, muitos sócios abandonaram de imediato o estádio, virando costas á equipa que no relvado ainda lutava por algo que naquela altura era inatingível. Tal atitude prontamente teve recado dos putos do sector que durante o jogo entoaram uma mensagem de ale ale não á Sporttv transmitindo a atitude de estar no estádio a puxar pela equipa e não ficar no sofá de casa a assistir aos jogos.

Com uma azia difícil de digerir, a viagem de regresso esperava-se complicada, não só pela logística da organização, que conseguiu reunir de imediato todos os passageiros do autocarro para arrancar rapidamente rumo a norte, menos o motorista, mas pelo mau resultado que acompanhado dos últimos jogos, nos causa algum receio do que pode acontecer.

Já no asfalto, a atitude do motorista foi outra, perante os avisos dos passageiros que incansavelmente obrigavam o homem a acelerar “pé lá em baixo cara$lho, não trava” a viagem correu menos lenta que a anterior. No entanto com as paragens em demasia, umas para deixar líquidos, outras sólidos, nunca mais se chegava ao destino. O sono ia apoderando-se, mas que mesmo assim não impediram de prestar a informação correcta e precisa á pergunta “Gent, onde fica?!” “É ali abaixo de Penalva do Castelo, deixa-me dormir pá”.

A 5 horas de completar as 24 que nos separavam da viagem de ida finalmente se chegou ao destino.



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DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Arranque dos campeões

07.08.10 Benfica 0-2 Porto
Supertaça Cândido Oliveira para abrir o apetite de uma nova época, uma época em que se espera a renovação das faixas de campeão.
A abrir a oficialidade da mesma, uma final contra o Porto, aguardada com alguma expectativa para ver até que ponto os craques que saíram tinham deixado um legado difícil de igualar.

O palco foi o estádio da cidade dos ovos moles, e mole foi também o jogo encarnado. Algo apático e inesperado, não se conseguiu impor a velocidade e profundidade do futebol anteriormente praticado. Com um golo madrugador para complicar as contas, o desnorte foi total e o caneco foi entregue aos azuis.

Mas como a história começa cedo, a preparação do primeiro jogo fora tratada como ditam as regras, com grande expectativa e constantes pressões para saber quando sairíam os papeis que dariam acesso ao estádio.

Com tamanha antecedência, os telefonemas foram constantes, as incessantes chamadas para a pessoa mais indicada (que constantemente alterava!) para fornecer os ditos cujos foram mais que muitos!! Na hora da loucura, o estádio já estava esgotado à nossa conta, na hora da verdade o cenário foi outro…

Com o aproximar do domingo calorento (ultra e meteorologicamente falando), lá se foi preparando os tubos para levantar o nosso estandarte. Com a medida calibrada de acordo com as normas vigentes, lá se chegou a lâmina do serrote aos tubos VD16 e consumou-me o corte nos 1,30m…Operação concluída com sucesso, terminando num limpar da rebarba exterior.

À hora combinada lá se mandou sms ao pessoal a dizer que estávamos atrasados, o refúgio estava encontrado no tasco da esquina, onde se estabeleceu as primeiras directrizes da operação.

Com a bica em chama, lá se mostrou os “confetis” que percorreram caminhos europeus para nos alegrar e aumentar o “som” da nossa passagem.

Com o mapa rigorosamente analisado e constantemente explicado a todos os presentes, lá se seguiu viagem rumo a Aveiro, primeira paragem na estação de serviço, a tal das happy hours…

Nos subúrbios da Taboeira estacionou-se os veículos nas ruelas exteriores ao estádio. Com um rasgo de perícia e instinto, qual oásis no meio do deserto, descobriu-se o melhor tasco para nos alegrar antes do jogo, de nome Café Tabu…Medo, receio e expectativa invadiam as nossas almas.

Tamanhos sentimentos foram elevados a um patamar transcendente quando nos deparámos com duas empregadas capazes de fixar os olhares a cerca de 1,50m de cota altimétrica.

Mete fresquinhas cá para cima que nós vamos dando conta do recado. Com tamanha montra para olhar, a assistência fora aumentando, o convívio em volta da causa, juntara azuis e vermelhos que de mãos dadas e olhos fixos deparavam-se com os movimentos das RR Girls, ou não se chamassem Rita e Regina, as referidas ditas cujas.

Sempre com o controlo apertado do velho barbudo que produziu tamanho molde, lá se foi consumindo o tempo que nos distanciava do jogo.

Com a promessa de lá regressar e a horas incompatíveis com a presença dos velhos, lá se deixou o refúgio e caminhou-se para próximo do estádio.

Com paragem nas bifanas de serviço para beber, chegou-se lume a um apetrecho que animou os adeptos mais aficionados, antecedendo umas balas de borracha a cruzar os nossos caminhos.

Passada a revista apelidada por “vai embora gaja boaaa”, os pés já vibravam nas bancadas e por ali permaneceram algo apáticos durante um jogo que nos correu francamente mal. Mas uma gota no oceano não desmoraliza as tropas, e a carruagem ainda mal arrancou.

No fim do jogo e no trajecto para casa de realçar as meninas da vida perdidas no meio dos trilhos da Taboeira que regulavam a velocidade da carruagem.


Demasiados Fiéis para Desistir
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