sexta-feira, 26 de março de 2010

Um ano depois…

21.03.10 Faz daqui a uma semana um ano…lembras-te?!
Precisamente passados 365 dias eis que o fatal destino nos leva de volta onde quase tudo começou. Desta feita com o dobro da emoção, o triplo da adrenalina e o quádruplo da loucura…como diz a canção “toda a semana a pensar neste dia” e em perfeita sintonia com a letra lá se foi aguentando a semana e controlando a ansiedade para que chegasse o domingo, este especialmente diferente dos outros, pela viagem, pelo adversário, pelo troféu, e por toda uma semana que tardava em passar.

Á altura do desafio tinha de estar o farnel pois claro, as quatro sandochas habituais deram lugar a uma sacada delas, panadinhos, rissóis, rojões, nada faltou, ricas mães ultras!

Hora marcada e lá arrancámos nós direitos á Luz, paragem na melhor padaria de Ovar para encher uma sacada de pão, criteriosamente escolhida na proporção 6 para 4, lá fomos nós todos contentes, que fresquinho que estava o pão…aquela hora pois claro, á noite já se estava a roer bom pão rijo!

Viagem pela deserta A17 e paragem para o habitual toque de bola na paragem de serviço, qual bar do faroeste que com a chegada dos forasteiros entra em alvoroço, lá vem uma mulherzinha á porta demonstrar o seu apoio ao Benfica, e que bem que lhe calhou ser vermelha, caso contrário já estava a vidraceira a servir de baliza.

Como forma de agradecimento lá se foi visitar os sanitários, torneira com água, sabonete na saboneteira, tudo normal, até que se chegou as mãos ao secador e qual turbina com néon que arrancou quase a epiderme das mãos.

Conduzidos pelo belo som da musica 20 em diante, recordando as belas noites brigantinas lá seguimos, novamente com o engano supersticioso que nos conduzia novamente ao local de outras lutas.

Sentados no autocarro, sim porque existe quem vá de pé, lá se arrancou com a malta rumo ao Algarve. Passagem pela pista da Vasco da Gama e primeiro picanço do dia com um adversário á altura, o cavaleiro do asfalto conduzido o seu camião, seu nome “chinês”, a uns loucos oitenta e cinco quilómetros por hora lá se deliciou os amantes do street racing.

Paragem na estação permitida e toca a fazer uns bons 200m para fazer uma sande e voltar para trás!! Devia ser para ganhar fome! O da Sic até hesitou em ligar a câmara para captar tamanha façanha.

E com a bófia atrás, dá-lhe gás e toca a queimar pneu até ao Algarve, chegadinhos a Paderne e qual via verde, carreira que se preze pára na cabine! E aqui tudo começa com uma boa troca de vasilhame, nós cerca de 40 e eles cerca de 30…desproporcionado? Um bocadinho! Nós em pessoas, eles em autocarros. Efectuado pagamento especial pela batalha de Alcácer, faltava o troco, e que troco, literalmente bem apimentado pelos spotters tripeiros que fizeram questão de nos atrasar uns minutinhos, umas cacetadas no aço, umas borrachas em bala para o ar e toca a andar.

Autocarro ainda a arrefecer o radiador e toca a morfar mais um rojão e um panado à grande, o tal pão de Ovar ficava para a noite.

Entrada no estádio primeiro que os primeiros e uma revista muito gay antes da passagem pelo rafeiro, tudo limpo e lá estávamos nós a marcar o nosso lugar.

Pintado de vermelho o estádio, inclusive a menina que tinha a árdua tarefa de colocar os panfletos direitinhos na zona dos camarotes lá começou o jogo, vibrante como se esperava. Remate do Amorim e o frango que faltou no farnel estava na baliza Norte, ali estava o primeiro esbracejar de vitória. De seguida Carlos Martins dispara míssil lá para dentro e praticamente sentencia o jogo antes do intervalo. E perto do fim Cardozo encosta lá para dentro e aumenta a intensidade vermelha, até a apanha bolas que teve direito a um comentário sempre atento da bancada “tens mais silicone que as janelas lá de casa” sorriu e vibrou com o golo.

E com o levantar do caneco, lá seguimos directos ao autocarro, cansados de tanto vibrar o cansaço apoderava-se e toca a fechar ligeiramente a retina, o que vale era a minha vez de ir á janela! Mas a tortura estava a chegar, a cada pergunta periódica de minuto a minuto se estava a dormir, se estava cansado e coisas do género, soava a voz inconfundível do grande Cid, José Cid sempre com os seus hits eternos a alegrar o belo do adepto, linda como a paisagem aquela hora lá se foi aguentando a viagem.


Meia-noite ultrapassada, e lá do escuro da frente surgiu o anúncio “e agora no varão…miss Sheila” e autocarro em alvoroço…só para quem lá esteve.
Chegados á luz toca a rumar para Norte, sempre a partir da 20 lá se derreteu pneu até á Mealhada onde um fiel adepto portista ficou pelo caminho, caso perguntasse se ia para Norte, a resposta seria obviamente “não vamos para Sul, mas em contra-mão!”.
Bem de madrugada com 2/3 gotas de gasóleo no veículo lá se chegou a casa, ansiosos por ver as imagens da festa no noticiário do almoço. “eu estive lá!” no jogo? “não, em Paderne, onde tudo começou!”.


Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!

8 comentários: