09.05.10 E Ninguém pára esta choradeira, choram os tripeiros, choram os lagartos, chora a merd# inteira…
Finalmente o dia tão desejado, o dia que coroava uma época intensamente vivida pelos relvados onde o Benfica jogou, o dia de todas as decisões, o dia de ascensão da nossa faixa.
Há muito que toda a logística estava minuciosamente preparada, bilhetes para a bola em posse passado 60m sobre a luz verde para o sistema começar a apagar cadeiras disponíveis tipo minesweeper. Tal era a intensidade dos clicks que o sistema bloqueava constantemente e os batimentos cardíacos aumentavam, até porque o ticket de estacionamento já estava caducado e os policias sanjoanenses ansiavam por deixar flyers no pára-brisas.
Definidos os meios que nos conduziriam á Luz, restava esperar que o domingo chegasse para iniciar o resgate do título mais ansiado da Liga que desde 2005 nos escapava.
Como diz a música da banda que na véspera animou a caloirada ultra presente nas noites Brigantinas “De Bragança a Lisboa são 9 horas de distância…”, (facto prontamente corrigido pela Expresso de serviço que fazia em 7) foram muitas as horas vividas no transporte que atravessou as milhas necessárias para chegar ao destino, uns de autocarro outros de comboio, todos os caminhos afluíam á Luz.
9h31 da matina e comboio na linha-férrea, na estação onde outrora tinha sido vivida nova aventura, desta feita rumo a norte. Chefe dos águias chamada á linha 4 para verificar se estava tudo em ordem, e um pedido especial, “É para ganhar” dizia o águia escuta cobra 1.
Terminado o calvário da viagem e chegados ao destino Oriente, o estômago ansiava por algum reconforto, á paragem no snack mais próximo, deparou-se com uma triste empregada que insistia em mostrar o seu desejo de insucesso para com o Benfica, negócio falhado de imediato e desejo repentino de derreter as instalações apenas suspenso pela vontade de descer á linha vermelha.
Instalados na montra Colombo, a espera pelo ensonado Brigantino ainda se fez sentir, rapidamente um sentimento de dúvida se o nosso parceiro tinha envergado pela atractiva visita ao Zoo, dada a proximidade da paragem com o recinto dos bichos.
Chegada do elemento em falta para almoçar e o dito já vinha almoçado “%&#”$“, “vamos devorar alguma coisa, sugestões?!mac hoje e sempre”, sempre o condimento que melhor se ajusta ás nossas famintas necessidades.
Confortado o estômago, havia que deixar a bela da passerelle e rumar ao exterior para mergulhar na onda benfiquista, reforçado o grupo a paragem foi na roulote mais feminina de serviço, quais cowgirls das bifanas ou dos finos a metro, escolhida a dose adequada, apenas se desejava que se humedecesse os biquinhos disponíveis para gáudio dos presentes.
Por entre o tinto que prevenia os avcs, e trocados piropos com desdentadas das velhotas, o primeiro espectáculo estava a iniciar-se no pegajoso asfalto da avenida do Colégio Militar, com uma apoteótica chegada de pasteleira o público rejubilava-se com tamanhas façanhas dignas de um homónimo concurso televisivo “Achas que sabes fazer palhaçadas!?”.
Trocadas impressões com os açorianos dos Açores (sim dos Açores, lembram-se dos laricas Açorianos do Funchal) e com a imitação Barbas mais fiel alguma vez presenciada, aqui patenteada como o Barbichas, as gargantas já se ouviam bem afinadas e a marcha para o estádio estava em curso, sempre com a nossa faixa bem visível.
Realizada a revista, primeira observação aos tubos VD16mm por parte do responsável de colete de serviço que perante o parecer positivo da sua chefia nos deixou entrar, “sector 25 oh chefe, vai!”, sublinhe-se aqui a árdua insistência por parte de um fiel adepto que mostrava o seu desagrado por ter dispendido 5€ por uma gaita e a mesma ter sido barrada á entrada.
Perfeitamente instalados no lugar do costume, assistiu-se a um preenchimento do estádio de uma maneira medonha, tal ânsia era a nossa de rapidamente ver o Benfica Campeão. Densamente povoado o nosso sector e cheio de colorido que mesmo assim não adivinhava, para os mais distraídos, o que dali viria a surgir. Mas antes o monumental voo da águia, mais uma vez imponente e magistral, desta feita a aterragem foi no relvado, será que até a Vitória sentiu o Inferno da Luz materializado em peso sobre as suas asas?!
Iniciado o desafio e certamente uma das vivências mais fortes sentidas no sector na época em epígrafe e impreterivelmente marcante para toda a comunidade ultra, fumarada dos diabos, a verdadeira chama do inferno, estávamos completamente embebidos na lava do vulcão. A fumarada era de tal maneira intensa que a nuvem do vulcão Islandês acabou por ser banalizada, abençoadas fagulhas que caíam sobre nós, qual pétalas de rosa lançadas pelos deuses aos seus guerreiros na terra. De arrepiar! Sempre com a nossa faixa empoleirada, a mesma foi baptizada com a chama imensa.
Sempre a entoar bem alto o nosso grito, o jogo começou de imediato com o golo do Tacuara que disparou os decibéis do nosso apoio, que incansavelmente foi repetido vezes sem conta. Com os serviços mínimos o Benfica lá foi criando uma ou outra situação de perigo iminente até que uma pequena gota caiu na festa, com o golo dos Vilacondenses, mas nada que abala-se o mais pessimista dos adeptos, as notícias da madeira eram favoráveis e só com uma grande reviravolta perdíamos o cepto, no entanto e como tudo é possível, e para precaver de todos e mais alguns imprevistos, havia que selar o jogo com uma vitória que apareceu em dose dupla, pois o marcador fora novamente Tacuara que assim assinava a sua vitória pessoal na lista dos melhores artilheiros da prova. Em êxtase o estádio aguardava pelo apito final do juiz do encontro, e este lá chegou e deu início á loucura, Benfica é maior que Portugal.
E estava cumprido o repto divulgado via sms durante a semana “vamos fazer com que todos eles corram com os nossos corações, respirem através dos nossos pulmões, sintam um arrepio a cada suspiro nosso. Só assim, fazendo de todos um vamos conseguir guiar a equipa para a glória…”
Saída em apoteose do estádio e era hora novamente de confortar o estômago e recarregar baterias para a recepção da equipa no Marquês. Novamente no Colombo, após variadíssimas hipóteses e análises pseudo rigorosas, a escolha caiu novamente no mac, desta feita com mais carinho e atenção “amor é um big mac, amor é uma cola”.
Baterias atestadas, era tempo de rumar ao metro que nos conduziria pelo underground até ao palco da festa, repleto de benfiquistas. Porém havia ainda que desmobilizar o topógrafo que inexplicavelmente fazia questão de debater a teoria da relatividade da bola aliada á expansão electroquímica dos protões com um fiel desconhecido, “anda-te embora pá, deixa isso para outro dia, hoje não!”. Com uma fila impaciente para comprar ticket, havia que dirigir directamente á plataforma de embarque, isto porque o nosso departamento logístico tinha encarregue de carregar o papelinho com a viagem de ida ao Marquês, nenhum outro cenário foi posto em causa, a viagem á capital é para ver Benfica Campeão.
Metro em apoteose e mais uma vez com a nossa faixa a liderar as tropas a festa foi imensa, agradecimento especial ás suspensões das carruagens que aguentaram com a ressonância dos nossos pulos. Invejáveis deverão ser as imagens do circuito interno de vídeo que certamente espelham um cenário de autêntico delírio, qual motim organizado para tomar de assalto o Marquês. A viagem passou num ápice, tal era o embalo proporcionado “que no metro a vibrar são papoilas saltitantes “.
No principal palco da festa e perante uma massa humana assustadora havia que apanhar um dos inúmeros comboios humanos que se dirigiam para bem perto da passagem dos campeões “vai nesse inter cidades, muda para o regional”, por entre frinchas miraculosas que se abriam lá fomos pé ante pé para bem perto da passagem da caravana benfiquista e poder mais uma vez beber do sumo da vitória.
Com o expoente máximo da celebração terminado, surgiram de imediato outros motivos de interesse. A destacar a escalada do João Garcia de serviço ao topo do Marquês que centralizou todas as atenções em si, bem alto foi erguido a nossa bandeira, “o gajo subiu lá a cima” dizia alguém de passagem, “é o meu primo, o ano passado fomos aos Clérigos para subir aquilo e eu fiquei cá em baixo”, enfim, podia dar para pior. Mas a escalada mais aguardada, estava patrocinada pela Sagres e por alguma substância ilícita, sem nada, apenas com os seus próprios recursos, qual MacGyver no deserto, a subida ainda alcançou uma altura considerável ao ponto de despertar os sentidos suicidas do alpinista improvisado que na última lá se arrependeu.
Alegrados pelo som do tuning presente que debitava bem nítidas as músicas benfiquistas, a noite lá se encaminhava para o fim dos festejos (pensava-se), e então havia que rumar ao cacifo de serviço para levantar as tangerinas e bananas que fizeram mais de 400km, pelo meio registe-se a teoria do estudante, expressamente proferida por alguém um pouco aborrecido.
Colocados os cenários para manter a pestana aberta até ás 6 horas matinais, decidiu-se descer a Av. da Liberdade até ao Terreiro do Paço. Numa autêntica aventura a altas horas da noite alfacinha, o ambiente era pesadíssimo fazendo lembrar as cidades fantasma dos tempos do John Wayne. O movimento era de cortar á faca até que no meio da parada se descobriu uma esplanada sagrada com uma tv ligada para o entretimento que rapidamente e após a intervenção do técnico especializado, exibia um belo formigueiro sem legendas.
Poucos minutos consumidos e perante as constantes perguntas pelas horas que eram a uma cadência de 5 em 5 minutos, lá se continuou a descida até ao Rossio. Assistindo a um autêntico paintball de vasilhame, com o seu esplendor em exposição no Mac da Praça D. Pedro V, a noite estava adulta e corria um aroma de barril de pólvora prestes a explodir.
Passagem ao Terreiro do Paço em direcção a Santa Apolónia, já com os músculos das pernas em total degradação, já só faltavam 2 ou 3km…”assim fico a conhecer melhor Lisboa” dizia o vareiro que estava a ver o taxímetro do táxi a subir a cada passada dada em sentido oposto ao seu destino.
Chegada á deserta Santa Apolónia, o refúgio encontrado fora uma roulote bastante suspeita e estrategicamente situada na Avenida Infante D. Henrique, onde os táxis mostravam a sua perícia de racers do asfalto lisboeta, perante a ronda silenciosa das forças de autoridade. Cuidadosamente analisada a lista de condimentos disponíveis e seguindo os pareceres técnicos dos maiores frequentadores do espaço, a escolha recaiu numa bela bifana semi crua, especialidade daquele horário madrugador. Ouvindo a boa voz do provedor presente, e quando o ambiente estava de cortar á faca, eis que se abordou um tema tabu até então, Dossier Custóias, “então não conheço Custóias” dizia o dito provedor que conhecia tudo “Areosa, Cemitério de Paranhos quem vira depois do coiso, Salgueiros, seca do bacalhau na gafana, etc e tal”, a confissão surgiu de imediato “Custóias? Este gajo esteve lá 6 meses, fanou a garganta com uma lâmina a outro gajo”, repentinamente um silêncio assustador, apenas interrompido pela chegada dos juveboys apoiantes, não só de Fabrizio Miccoli, mas também de um belo picante no hambúrguer que teimosamente era entendido como mostarda ou maionese pelo velhote do balcão. Neste ponto registe-se que não existe cola naquela roulote, pois cola têm os sapateiros dizia o pobre velho, não o do Restelo, mas o de Santa Apolónia.
Consumidos mais uns minutos, o tempo era de aguardar á porta da estação. Num contacto com os taxistas que cismavam em procurar moedinhas esquecidas no WC, negociou-se a melhor cotação para a trasfega até Sete Rios. Com uma fiel réplica do navio escola Sagres no Tejo, o tempo foi passando lentamente e rentabilizado a contactar as maiores caloteiras estudantis de Bragança, “Paga o que deves” ás 4 da manhã.
Abertura do recinto ferroviário e instalados nos bancos da sala de espera até á chegada da hora para ver o táxi queimar pneu o tempo lá foi passando, até que na linha 2 o tão desejado sofá, surgia sob a forma do pendular das 6. Fanados os aparelhos para os tímpanos e comodamente instalados no banco, o descanso estava assegurado, interrompido a meio do percurso por uma vibração insistente de alguém que queria certamente vender seguros Ok Teleseguros.
Já a sentir o aroma da nossa terra, aprovisionou-se os diários desportivos para um registo físico da história, já que interiormente nas nossas mentes perdurará para todo o sempre a participação activa no momento grandioso que foi assistir á chegada do Campeão, O Campeão Voltou.
Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!
Finalmente o dia tão desejado, o dia que coroava uma época intensamente vivida pelos relvados onde o Benfica jogou, o dia de todas as decisões, o dia de ascensão da nossa faixa.
Há muito que toda a logística estava minuciosamente preparada, bilhetes para a bola em posse passado 60m sobre a luz verde para o sistema começar a apagar cadeiras disponíveis tipo minesweeper. Tal era a intensidade dos clicks que o sistema bloqueava constantemente e os batimentos cardíacos aumentavam, até porque o ticket de estacionamento já estava caducado e os policias sanjoanenses ansiavam por deixar flyers no pára-brisas.
Definidos os meios que nos conduziriam á Luz, restava esperar que o domingo chegasse para iniciar o resgate do título mais ansiado da Liga que desde 2005 nos escapava.
Como diz a música da banda que na véspera animou a caloirada ultra presente nas noites Brigantinas “De Bragança a Lisboa são 9 horas de distância…”, (facto prontamente corrigido pela Expresso de serviço que fazia em 7) foram muitas as horas vividas no transporte que atravessou as milhas necessárias para chegar ao destino, uns de autocarro outros de comboio, todos os caminhos afluíam á Luz.
9h31 da matina e comboio na linha-férrea, na estação onde outrora tinha sido vivida nova aventura, desta feita rumo a norte. Chefe dos águias chamada á linha 4 para verificar se estava tudo em ordem, e um pedido especial, “É para ganhar” dizia o águia escuta cobra 1.
Terminado o calvário da viagem e chegados ao destino Oriente, o estômago ansiava por algum reconforto, á paragem no snack mais próximo, deparou-se com uma triste empregada que insistia em mostrar o seu desejo de insucesso para com o Benfica, negócio falhado de imediato e desejo repentino de derreter as instalações apenas suspenso pela vontade de descer á linha vermelha.
Instalados na montra Colombo, a espera pelo ensonado Brigantino ainda se fez sentir, rapidamente um sentimento de dúvida se o nosso parceiro tinha envergado pela atractiva visita ao Zoo, dada a proximidade da paragem com o recinto dos bichos.
Chegada do elemento em falta para almoçar e o dito já vinha almoçado “%&#”$“, “vamos devorar alguma coisa, sugestões?!mac hoje e sempre”, sempre o condimento que melhor se ajusta ás nossas famintas necessidades.
Confortado o estômago, havia que deixar a bela da passerelle e rumar ao exterior para mergulhar na onda benfiquista, reforçado o grupo a paragem foi na roulote mais feminina de serviço, quais cowgirls das bifanas ou dos finos a metro, escolhida a dose adequada, apenas se desejava que se humedecesse os biquinhos disponíveis para gáudio dos presentes.
Por entre o tinto que prevenia os avcs, e trocados piropos com desdentadas das velhotas, o primeiro espectáculo estava a iniciar-se no pegajoso asfalto da avenida do Colégio Militar, com uma apoteótica chegada de pasteleira o público rejubilava-se com tamanhas façanhas dignas de um homónimo concurso televisivo “Achas que sabes fazer palhaçadas!?”.
Trocadas impressões com os açorianos dos Açores (sim dos Açores, lembram-se dos laricas Açorianos do Funchal) e com a imitação Barbas mais fiel alguma vez presenciada, aqui patenteada como o Barbichas, as gargantas já se ouviam bem afinadas e a marcha para o estádio estava em curso, sempre com a nossa faixa bem visível.
Realizada a revista, primeira observação aos tubos VD16mm por parte do responsável de colete de serviço que perante o parecer positivo da sua chefia nos deixou entrar, “sector 25 oh chefe, vai!”, sublinhe-se aqui a árdua insistência por parte de um fiel adepto que mostrava o seu desagrado por ter dispendido 5€ por uma gaita e a mesma ter sido barrada á entrada.
Perfeitamente instalados no lugar do costume, assistiu-se a um preenchimento do estádio de uma maneira medonha, tal ânsia era a nossa de rapidamente ver o Benfica Campeão. Densamente povoado o nosso sector e cheio de colorido que mesmo assim não adivinhava, para os mais distraídos, o que dali viria a surgir. Mas antes o monumental voo da águia, mais uma vez imponente e magistral, desta feita a aterragem foi no relvado, será que até a Vitória sentiu o Inferno da Luz materializado em peso sobre as suas asas?!
Iniciado o desafio e certamente uma das vivências mais fortes sentidas no sector na época em epígrafe e impreterivelmente marcante para toda a comunidade ultra, fumarada dos diabos, a verdadeira chama do inferno, estávamos completamente embebidos na lava do vulcão. A fumarada era de tal maneira intensa que a nuvem do vulcão Islandês acabou por ser banalizada, abençoadas fagulhas que caíam sobre nós, qual pétalas de rosa lançadas pelos deuses aos seus guerreiros na terra. De arrepiar! Sempre com a nossa faixa empoleirada, a mesma foi baptizada com a chama imensa.
Sempre a entoar bem alto o nosso grito, o jogo começou de imediato com o golo do Tacuara que disparou os decibéis do nosso apoio, que incansavelmente foi repetido vezes sem conta. Com os serviços mínimos o Benfica lá foi criando uma ou outra situação de perigo iminente até que uma pequena gota caiu na festa, com o golo dos Vilacondenses, mas nada que abala-se o mais pessimista dos adeptos, as notícias da madeira eram favoráveis e só com uma grande reviravolta perdíamos o cepto, no entanto e como tudo é possível, e para precaver de todos e mais alguns imprevistos, havia que selar o jogo com uma vitória que apareceu em dose dupla, pois o marcador fora novamente Tacuara que assim assinava a sua vitória pessoal na lista dos melhores artilheiros da prova. Em êxtase o estádio aguardava pelo apito final do juiz do encontro, e este lá chegou e deu início á loucura, Benfica é maior que Portugal.
E estava cumprido o repto divulgado via sms durante a semana “vamos fazer com que todos eles corram com os nossos corações, respirem através dos nossos pulmões, sintam um arrepio a cada suspiro nosso. Só assim, fazendo de todos um vamos conseguir guiar a equipa para a glória…”
Saída em apoteose do estádio e era hora novamente de confortar o estômago e recarregar baterias para a recepção da equipa no Marquês. Novamente no Colombo, após variadíssimas hipóteses e análises pseudo rigorosas, a escolha caiu novamente no mac, desta feita com mais carinho e atenção “amor é um big mac, amor é uma cola”.
Baterias atestadas, era tempo de rumar ao metro que nos conduziria pelo underground até ao palco da festa, repleto de benfiquistas. Porém havia ainda que desmobilizar o topógrafo que inexplicavelmente fazia questão de debater a teoria da relatividade da bola aliada á expansão electroquímica dos protões com um fiel desconhecido, “anda-te embora pá, deixa isso para outro dia, hoje não!”. Com uma fila impaciente para comprar ticket, havia que dirigir directamente á plataforma de embarque, isto porque o nosso departamento logístico tinha encarregue de carregar o papelinho com a viagem de ida ao Marquês, nenhum outro cenário foi posto em causa, a viagem á capital é para ver Benfica Campeão.
Metro em apoteose e mais uma vez com a nossa faixa a liderar as tropas a festa foi imensa, agradecimento especial ás suspensões das carruagens que aguentaram com a ressonância dos nossos pulos. Invejáveis deverão ser as imagens do circuito interno de vídeo que certamente espelham um cenário de autêntico delírio, qual motim organizado para tomar de assalto o Marquês. A viagem passou num ápice, tal era o embalo proporcionado “que no metro a vibrar são papoilas saltitantes “.
No principal palco da festa e perante uma massa humana assustadora havia que apanhar um dos inúmeros comboios humanos que se dirigiam para bem perto da passagem dos campeões “vai nesse inter cidades, muda para o regional”, por entre frinchas miraculosas que se abriam lá fomos pé ante pé para bem perto da passagem da caravana benfiquista e poder mais uma vez beber do sumo da vitória.
Com o expoente máximo da celebração terminado, surgiram de imediato outros motivos de interesse. A destacar a escalada do João Garcia de serviço ao topo do Marquês que centralizou todas as atenções em si, bem alto foi erguido a nossa bandeira, “o gajo subiu lá a cima” dizia alguém de passagem, “é o meu primo, o ano passado fomos aos Clérigos para subir aquilo e eu fiquei cá em baixo”, enfim, podia dar para pior. Mas a escalada mais aguardada, estava patrocinada pela Sagres e por alguma substância ilícita, sem nada, apenas com os seus próprios recursos, qual MacGyver no deserto, a subida ainda alcançou uma altura considerável ao ponto de despertar os sentidos suicidas do alpinista improvisado que na última lá se arrependeu.
Alegrados pelo som do tuning presente que debitava bem nítidas as músicas benfiquistas, a noite lá se encaminhava para o fim dos festejos (pensava-se), e então havia que rumar ao cacifo de serviço para levantar as tangerinas e bananas que fizeram mais de 400km, pelo meio registe-se a teoria do estudante, expressamente proferida por alguém um pouco aborrecido.
Colocados os cenários para manter a pestana aberta até ás 6 horas matinais, decidiu-se descer a Av. da Liberdade até ao Terreiro do Paço. Numa autêntica aventura a altas horas da noite alfacinha, o ambiente era pesadíssimo fazendo lembrar as cidades fantasma dos tempos do John Wayne. O movimento era de cortar á faca até que no meio da parada se descobriu uma esplanada sagrada com uma tv ligada para o entretimento que rapidamente e após a intervenção do técnico especializado, exibia um belo formigueiro sem legendas.
Poucos minutos consumidos e perante as constantes perguntas pelas horas que eram a uma cadência de 5 em 5 minutos, lá se continuou a descida até ao Rossio. Assistindo a um autêntico paintball de vasilhame, com o seu esplendor em exposição no Mac da Praça D. Pedro V, a noite estava adulta e corria um aroma de barril de pólvora prestes a explodir.
Passagem ao Terreiro do Paço em direcção a Santa Apolónia, já com os músculos das pernas em total degradação, já só faltavam 2 ou 3km…”assim fico a conhecer melhor Lisboa” dizia o vareiro que estava a ver o taxímetro do táxi a subir a cada passada dada em sentido oposto ao seu destino.
Chegada á deserta Santa Apolónia, o refúgio encontrado fora uma roulote bastante suspeita e estrategicamente situada na Avenida Infante D. Henrique, onde os táxis mostravam a sua perícia de racers do asfalto lisboeta, perante a ronda silenciosa das forças de autoridade. Cuidadosamente analisada a lista de condimentos disponíveis e seguindo os pareceres técnicos dos maiores frequentadores do espaço, a escolha recaiu numa bela bifana semi crua, especialidade daquele horário madrugador. Ouvindo a boa voz do provedor presente, e quando o ambiente estava de cortar á faca, eis que se abordou um tema tabu até então, Dossier Custóias, “então não conheço Custóias” dizia o dito provedor que conhecia tudo “Areosa, Cemitério de Paranhos quem vira depois do coiso, Salgueiros, seca do bacalhau na gafana, etc e tal”, a confissão surgiu de imediato “Custóias? Este gajo esteve lá 6 meses, fanou a garganta com uma lâmina a outro gajo”, repentinamente um silêncio assustador, apenas interrompido pela chegada dos juveboys apoiantes, não só de Fabrizio Miccoli, mas também de um belo picante no hambúrguer que teimosamente era entendido como mostarda ou maionese pelo velhote do balcão. Neste ponto registe-se que não existe cola naquela roulote, pois cola têm os sapateiros dizia o pobre velho, não o do Restelo, mas o de Santa Apolónia.
Consumidos mais uns minutos, o tempo era de aguardar á porta da estação. Num contacto com os taxistas que cismavam em procurar moedinhas esquecidas no WC, negociou-se a melhor cotação para a trasfega até Sete Rios. Com uma fiel réplica do navio escola Sagres no Tejo, o tempo foi passando lentamente e rentabilizado a contactar as maiores caloteiras estudantis de Bragança, “Paga o que deves” ás 4 da manhã.
Abertura do recinto ferroviário e instalados nos bancos da sala de espera até á chegada da hora para ver o táxi queimar pneu o tempo lá foi passando, até que na linha 2 o tão desejado sofá, surgia sob a forma do pendular das 6. Fanados os aparelhos para os tímpanos e comodamente instalados no banco, o descanso estava assegurado, interrompido a meio do percurso por uma vibração insistente de alguém que queria certamente vender seguros Ok Teleseguros.
Já a sentir o aroma da nossa terra, aprovisionou-se os diários desportivos para um registo físico da história, já que interiormente nas nossas mentes perdurará para todo o sempre a participação activa no momento grandioso que foi assistir á chegada do Campeão, O Campeão Voltou.
Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!
TOPO..
ResponderExcluirFoi demais mesmo.. Pior foi descer akela merda toda pé.. dass.. :D
Uma aventura em lisboa no dia do REGRESSO DO CAMPEAO.. DO MAIOR DE PORTUGAL!
Ate me cansei a ler isto, pah
ResponderExcluirBom estandarte, abraço
PS: para o ano há mais, se jesus quiser :D
Está muito fixe o vosso estandarte :)
ResponderExcluirCarrega Serginho :P