quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ainda a Um Ponto

02.05.10 Em cada Lampião há um Campeão
Dia da mãe de todas as decisões relativas aos jogos da época 09/10, com um clássico Porto – Benfica que poderia permitir a festa de campeão na casa dos tripeiros.
Bolas de golfe esgotadas nos campos de Amarante, carros roubados por carjacking com um aumento significativo nas últimas 120 horas, aumento de 38% na compra de carros a sucateiros, libertação de 18 presos de Guantanamo com extradição temporária para Portugal, polícia corrompida, CIA, FBI, GNR, GOE, GNR, Marines, Swat, GNR, Legião Francesa, Brigada de Trânsito, todo um atropelar de factos e suposições que alimentaram um ambiente de terror digno de um autentico filme de garagem lusitano.
Hora marcada e toca a ir ao ponto de encontro n.º 1, centro da vila á espera da boleia benfiquista para rumar com bastante antecedência ao local de embarque ferroviário, porém tuga que se preze e para apanhar um comboio, tem de ir com a sensação que não vai chegar a tempo, por isso há que ir para trás para tomar o embalo desejável. Passagem nas Entre-Águas e ultrapassadas as super lombas ao Km 0+800, há que dirigir ao local sensível n.º 85, outrora invadido pelo mar e em série vias de ser invadido pela maré vermelha que se avizinhava. Transacção efectuada como manda os protocolos, provocação feita e toca a seguir para Aveiro, com o relógio a andar mais depressa que o habitual.

Moedinha para o cão da Sibéria de serviço, sandes na mão e adrenalina no coração dos benfiquistas presentes. Estação em alvoroço a aguardar pela chegada do Quim com os ilustres passageiros a conviver nos melhores locais onde a tradição Aveirense perdura.


Esgotadas as minis e gotelhas da especialidade, o ambiente ficou tenso, 2/3 petardos para estimular os tímpanos (para a próxima levar pomadinha para as queimaduras) e romaria ao outro pasteleiro dos ovos-moles das redondezas, “são 6 minis oh chefe!” “são para levar?” “sim, mas não embrulhe que não é para oferecer”.

Vazados os vasilhames, o toque de chamada era para a linha 1, a linha dos campeões, ambiente ao rubro com a chegada da primeira transfega com um cenário de guerra para alimentar a viagem e partida do primeiro quim.


10m de compensação e chegada do segundo na outra linha, maldito tripeiro controlador de tráfego da CP, toca a descer e mudar de plataforma de embarque, pelo meio um infeliz azul sagradamente vigiado por um GNR e por um vermelho, qual predador que guarda a sua presa.

Revista efectuada pela Spotter feminina de serviço e com os 2 pés dentro do comboio para início da aventura sobre carris, era real a deslocação.

Chegada a Campanhã a vontade era de sair das jaulas para atacar a arena do dragão, insaciável a nossa fome, caixa formada, heli lá em cima e era hora de arrancar sem receio em direcção ao dragão.

Sempre nas ultrapassagens nos repentinos metros quadrados disponíveis até chegar bem perto da linha da frente, chegados ao estádio era altura de sobreviver ao cilindro compressor da polícia e daquela multidão em alvoroço. O tempo era de aguardar até ser seleccionado pelo homem de plástico de serviço, que tinha a minuciosa tarefa de seleccionar quem passava á fase seguinte “achas que queres passar?!” “passa e levas!”.

Burocracias efectuadas lá nos instalámos no recinto, assistindo ao espumar de raiva dos tripeiros pela enorme alegria de naquele jogo poderem decidir matematicamente a passagem á liga Europa.


Apito inicial e sentimento que a equipa não estava totalmente empenhada a deliciar os verdadeiros adeptos com a possibilidade de garantir o ponto precioso no reino do inimigo.
Algo apático, o jogo conduziu-se para uma vitória do dragão, perante um Benfica que deixou para amanhã o que podia fazer naquele dia.

Sempre com uma boa troca de galhardetes entre adeptos e umas boas fumaradas pelo meio, o apoio foi bom e razoavelmente constante.

Bandeiras recolhidas, cachecóis em descanso, apito do carro silenciado, voltas ao adro suspensas, tudo retido por mais uma semana, a festa anunciada terá de ficar para o nosso ninho.

Terminado o jogo, havia que preparar a viagem de regresso, tudo a postos e era hora da deslocação nocturna, supervisionados pelo heli de serviço á boa maneira sul americana, lá se prossegui pelos subúrbios de Campanhã.

Passagem ao bairro da Mitra e sinal de presença do bairro castigado pelo viaduto da Corujeira, sinal de guerra materializado num tiro repentino. Holofote do heli a iluminar, instruções via ondas hertzianas e homens de plástico a subir o morro, qual BOPE a subir a favela do Rio de Janeiro.

Iluminada a linha, era hora de dar gás nos carris em direcção ao Sul. Estrategicamente instalados e já em fila de espera desde viagem de vinda, para descarregar a tensão, a sorte ditou ao larilas (não o Suíço frequentador dos melhores jogos europeus), que aguentou do Porto a Aveiro ás fortes investidas da rameira de serviço.

Com bastante fumarada e com uma percentagem mínima de O2,a viagem até Ovar decorreu sem problemas, até que de repente á passagem da perigosa zona de Válega, as pedras começaram a cantar na cablagem do comboio, qual milho a estalar para as pipocas.



Chegadinhos a Aveiro, a próxima paragem e que abençoada paragem, aconteceu no Sol da madrugada da A25, curiosamente em happy hour. Sublinhe-se a observação de um humilde cliente que sentia que a sua impaciência para com a caça ao produto seria fatal. Coitado do moço de serviço que não tinha mãos a medir para repor o stock na cadência desejada.

Noite adulta e havia que repor algo no estômago, e que melhor zona que as redondezas do ponto quente da viagem ferroviária para comer qualquer coisa. Apesar das reservas rigorosamente realizadas antecipadamente, a espera para o condimento estar pronto foi elevada e fez subir a impaciência dos clientes.

Noite idosa havia que recolher as armas e rumar a casa, conscientes que brevemente se regressará para consumar a festa do título.



Ultras Ovar
DEMASIADO FIEIS PARA DESISTIR!

Um comentário:

  1. E também e não vi nada disto. Tou a brincar.
    Mais uma crónica ao melhor estilo Ovarense!!!

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